Boletim Saber na Rede e a Tecnologia na escola

25 de junho de 2013

André Meller (Coordenador de Comunicação e Tecnologia Educacional)

Uma das possibilidades importantes que as novas tecnologias nos abrem é a chance de compartilharmos e analisarmos nossas experiências em diversas redes. Uma dessas redes, sem dúvida, é a nossa própria escola, e queremos potencializar o diálogo da nossa comunidade de educadores em torno das questões que envolvem o uso da tecnologia no nosso cotidiano e de nossos alunos.

Esse boletim que você acaba de receber é uma das formas para intensificarmos nossas trocas sobre esse tema. Ao mesmo tempo em que vocês recebem esse boletim, todos esses textos estão no blog Saber na Rede, aberto para o mundo, e no qual pretendemos compartilhar as práticas e reflexões sobre as possibilidades, desafios e limites da tecnologia.

Convidamos  todos os educadores do Oswald a escreverem para esse blog. Queremos que ele seja um espaço colaborativo e de criação coletiva da nossa equipe. Sabemos que a tecnologia sem projetos, idéias e intenções pode ser algo vazio e focado apenas no fetiche pelos objetos, sejam eles as lousas eletrônicas, os computadores, os tablets ou os celulares. Nosso desafio é o de construir coletivamente essas intenções, e no 2o. semestre teremos algumas oportunidades para aprofundar essa conversa nos espaços presenciais e virtuais da escola. Por hora, conheçam algumas das práticas que já estão acontecendo na escola, e não deixe de fazer seus comentários em cada texto.

 

Apperitivos – dicas de aplicativos, programas e plataformas

25 de junho de 2013

 

Nessa seção compartilharemos aplicativos interessantes que podem ser usados em diferentes projetos e atividades. Mande você também a sua sugestão de aplicativos que usa com os alunos e para a produção de suas aulas.

Top notes:

É um aplicativo para anotações e organização de notas. Com ele, é possível criar diversos tipos de cadernos, com pauta, sem pauta, quadriculado e fazer anotações utilizando o teclado do iPad ou mesmo a mão. Você também pode tirar fotos e inseri-las em suas anotações, assim como outros arquivos de imagem. Depois de prontas, as notas podem ser compartilhados por e-mail, upload no Dropbox ou no Google Drive. A professora Priscila, do 4º ano D, está usando para o registro das reuniões de classe.

Animation HD:

Esse aplicativo possibilita a criação de desenhos animados no iPad.  Os desenhos são feitos do próprio aplicativo, que possui diferentes ferramentas de desenho muito parecidas com as do Paint, que as crianças costumam utilizar no Laboratório de Informática. Também é possível inserir imagens do arquivo de fotos ou tirar uma foto, sem sair do aplicativo. O 2º ano D, da professora Liv, está utilizando para finalizar o trabalho de Ciências, em que estudaram o ciclo de vida das borboletas. As crianças farão o registro de todas as fases do desenvolvimento das borboletas em forma de desenho animado.

My maps:

Esse aplicativo desenvolvido pelo Google permite criar mapas personalizados, marcar pontos de referência e criar rotas. O aplicativo foi utilizado pelo 3º ano do Ensino Fundamental I no ano passado e neste ano, para a volta ao quarteirão e para o Trabalho de Campo na Vila Madalena.

Counting Race:

Esse é um aplicativo divertido para as crianças menores, que trabalha a contagem e a adição de números até 10. É bastante intuitivo: logo na primeira tela é possível optar entre contagem e adição; a segunda tela possibilita a escolha do número de participantes, a criança escolhe entre quatro aviões, com número de tripulantes de 1 a 4; e o jogo começa. Uma certa quantidade de objetos aparece no centro da tela e o jogador deve selecionar o número correspondente; quem acertar o número correspondente à quantidade de objetos ganha a rodada. O Grupo 5 A e D têm usado esse aplicativo em seus cantinhos para trabalhar contagem e adição.

O uso de aplicativos no ensino de Inglês

25 de junho de 2013

Lucas Antonini  (professor de Inglês do Fundamental I) e Cristina Ramos (coordenadora de Inglês)

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A utilização de tablets e outros equipamentos tecnológicos tem se tornado uma prática cada vez mais presente no meio educacional. Isso se dá não apenas por serem instrumentos atrativos aos alunos, mas também por possuírem uma série de recursos que favorecem o ensino de diferentes matérias.

O Inglês é ainda mais favorecido nesse processo, visto que é a língua mãe dos principais produtores e idealizadores dessas tecnologias. Pelo fato da língua inglesa ser uma das mais difundidas no mundo, e talvez a mais falada nesse universo digital, uma infinidade de aplicativos são produzidos diariamente, sendo uma boa parte voltada para a educação e para o público infanto-juvenil. De livros de histórias à minienciclopédias, esses aplicativos são, em sua maioria, altamente interativos, o que desperta ainda mais o interesse do interlocutor.

Recentemente, os professores de Inglês de 1º e 2º ano do Ensino Fundamental I usaram um aplicativo sobre o tradicional conto de fadas “The Three Little Pigs”, da produtora Nosy Crow. O material permite que a criança interaja com a história ao tocar na tela e ouça as vozes dos personagens, faça com que eles se movimentem, avance ou volte a ordem cronológica e se encante com os efeitos visuais. Do ponto de vista do professor, esse material pedagógico permite inúmeras oportunidades de desenvolver vocabulário, pronúncia, valores sociais e uma atitude positiva/agradável para com a língua.

Com crianças mais velhas, de 5º ano, os professores de Inglês baixaram um jogo de pinball da internet e convidaram os alunos para jogar nos iPads da escola. Não é difícil imaginar o sucesso que essa aula fez com os alunos! Os professores de Inglês e de Educação Física, que estavam trabalhando juntos em um projeto interdisciplinar, também ficaram satisfeitos. Os alunos haviam assistido a partes de um documentário sobre o nosso “demônio das pernas tortas”, Garrincha, e trabalhado com a letra da música “Pinball Wizard”, que é a trilha sonora do filme. Atrelando a pontuação conseguida no jogo às tarefas a serem realizadas, os alunos brincavam e praticavam as estruturas de inglês planejadas para aquela aula.  O projeto, que passa por história, cultura, futebol, anos 70, música e inglês, fez uso da tecnologia de variadas formas, o que tornou-o mais interessante, rico e preciso.

Os trabalhos com equipamentos tecnológicos na sala podem funcionar tanto como uma atividade em si quanto como uma contextualização para diversas outras atividades. Há um enorme campo de possibilidades interdisciplinares que podem ocorrer posteriormente e é um fato que a linguagem tecnológica é altamente dominada pelo nosso público de alunos. Esse tipo de conhecimento já está sendo adquirido até antes da aquisição da linguagem escrita, e, com certeza, pode maximizar o aprendizado de uma linguagem não tão familiar, como a língua inglesa.

A tecnologia está aí. Existem muitas formas de utilizá-la bem, transcendendo a mera substituição do caderno pelo tablet ou do quadro negro pelo datashow. Os recursos tecnológicos constituem certamente um campo fértil de experimentação.

A experiência com blog e registro visual no Estudo do Meio

25 de junho de 2013

Amadeu Cardoso (professor de Geografia, do Projeto Teses e Projetos de Intervenção – Ensino Médio)

O Estudo do Meio do 2º ano do Ensino Médio tem por proposta o estudo das cidades contemporâneas, tendo como foco o espaço de experienciação da cidade de São Paulo e as diferentes possibilidades de leitura e de imersões em sua realidade. Durante um período de três meses, propomos o estudo continuado das cidades sob três matrizes diferentes – História, Geografia e Artes Visuais -, tendo como objetivo central a compreensão das cidades contemporâneas e sua experiência cotidiana.

Todo o processo do Estudo do Meio conjuga uma reunião de elementos complementares e conciliadores. Em primeiro lugar, a necessidade de exposição curricular do tema ligado à “geografia urbana do Brasil e do mundo” previsto no planejamento de Geografia para o Ensino médio, apresentando as características e os conceitos mais importantes dos processos de urbanização moderna e contemporânea.

Tendo como a base a previsão deste estudo, foi pensada a utilização de recursos diferenciados que permitiriam um maior envolvimento dos alunos, conjugado a um maior protagonismo dos mesmos, configurando de fato um processo de coautoria na construção desses conhecimentos acerca das cidades.

O percurso teórico apresentado vai ao encontro de reconstruir o conceito de cidade, analisando o fenômeno urbano ao longo da história. Esse panorama da cidade na história é apresentado partindo do uso de diversos bancos de informações disponíveis na internet. Os dois principais bancos baseiam-se numa compilação de imagens de cidades históricas, medievais, modernas, de forma a permitir ao aluno uma reconstrução visual delas e, em um segundo momento, o estudo dos planos urbanos ou mapas das cidades ao longo da história, buscando compreender as características das cidades em seu tempo, segundo seus desenhos, fortificações e traçados. Assim, revela-se uma ideia da cidade pensada e produzida por decisões e contextos sociais.

Todo esse material é organizado na internet, utilizando-se a plataforma wordpress como espaço de publicação desses recursos e suas referências bibliográficas, bem como de organização do professor para a sua própria sequência didática. O uso dos recursos da internet é fundamental como forma de difundir a informação, facilitar a sua consulta e o seu compartilhamento.

Toda a formação dos alunos nos temas da geografia urbana, bem como a preparação das saídas do Estudo do Meio, é fortemente apoiada na utilização de recursos visuais como elementos de estímulo aos alunos e, principalmente, de suporte para os exercícios realizados em campo que baseiam-se na utilização de mapas como elementos de orientação e da fotografia como ferramenta de registro e impressão do espaço urbano.

Após a fase de preparação teórica, os alunos passam por uma fase de pesquisa livre, que envolve a escolha de uma cidade qualquer do mundo para a apresentação de seus aspectos geográficos, históricos e culturais no formato de um seminário conjugado à confecção de uma apresentação multimídia. Essa pesquisa livre também funciona como mais um fator que gera o envolvimento dos alunos em seu processo de estudo, estimulando a sua curiosidade por conhecer mais um assunto que parte do seu interesse próprio.

Como o Estudo do Meio propõe uma imersão para um melhor conhecimento e, principalmente, uma experienciação com a realidade urbana, lançamos mão do método de investigação da Teoria da Deriva, proposta por grupos situacionistas, na qual o caminhar e o olhar não seguem um roteiro predefinido, mas, sim, as motivações geradas pelo ambiente sobre o observador, em que as áreas propostas de estudo são delimitadas, mas o percurso é construído espontaneamente pelo observador, de acordo com um processo de imersão no espaço urbano.

Como ferramenta de registro, os alunos utilizam-se da fotografia como elemento de captura de sua atenção à paisagem e posterior análise, compartilhada em um primeiro momento em sala de aula, a partir de um exercício de deriva realizado nos arredores da Avenida Paulista – uma espécie de ensaio e um momento desinibidor do olhar e do registro. Esse momento é realizado em grupo e organizado por eles mesmos, com data de deriva, horário etc. Apenas possuem um prazo para a sua execução.

Esse mesmo método de captura da cidade é realizado durante os três dias de saídas organizadas pela escola, por espaços distintos e escolhidos por suas especificidades, como o Brás e Bom Retiro, toda região central da cidade – dos limites com o Tamanduateí, Sé, São Bento, até as regiões modernas do Centro, como Anhangabaú, República e Estação da Luz. Por fim, analisamos a chamada pós-modernidade urbana ou cidade global-informacional, simbolizada pela região da Berrini, Vila Olímpia, e sua antítese territorial: o antigo município e atual bairro de Santo Amaro.

Todo o conjunto dos materiais de registros são analisados em sala e selecionados; a partir deles, temos a construção de um ensaio textual e de uma mostra fotográfica. É notável o diferente grau de envolvimento dos alunos neste processo de ensino e aprendizagem. A não fixação dos aspectos a serem observados e analisados no espaço da cidade potencializa e estima a capacidade deles em produzir conhecimento e originalidade descritiva, e mesmo analítica.

Neste ano de 2013, pretendemos ampliar as experiências já realizadas nos anos anteriores com um aprofundamento e maior integração entre as disciplinas que participam da preparação e atuação nas saídas: Geografia, História, Artes Visuais e, neste ano, Música, com um proposta de integrar o conceito e a vivência de paisagens sonoras.

Visite o blog do projeto: www.reverbe.net/cidades

Clique aqui e veja o livro com os ensaios fotográficos feitos pelos alunos:

A internet como ferramenta de pesquisa: projeto integrado do 4º ano C e D

25 de junho de 2013

Carol Gil (educadora da sala de informática – Unidade Girassol)

Fui convidada para participar do projeto integrado do 4º ano C e D, realizado pelas professoras Viviane e Priscila, com o objetivo de ensinar as crianças a pesquisar na internet e colaborar com a coordenação de alguns grupos de pesquisa. O projeto integrado do 4º ano começou como uma iniciativa de integrar duas turmas que haviam sido misturadas na mudança do 3º para o 4º ano. A partir daí, as crianças se agruparam livremente e escolheram os temas que trabalhariam e as atividades que desenvolveriam. Foram formados oito grupos: a maioria dos grupos escolheu um tema para pesquisa (Astronomia, Origem do Futebol, Minerais e Animais em Extinção), outro grupo optou por escrever uma revista com dicas de games, e outros dois grupos escolheram escrever e ensaiar uma peça de teatro.

As crianças começaram a chegar para as aulas ávidas por pesquisar os temas escolhidos. Este fato foi muito motivador e gerou mais entusiasmo também  nos educadores envolvidos no projeto.

No início, quando as crianças começaram a pesquisar, desenvolvi um trabalho sobre busca de informações na internet. Como encontrar a informação desejada nesse mar de informações? Como encontrar e saber se determinado site é uma boa fonte de pesquisa?

O primeiro desafio foi fazê-las compreender que o Google não é uma fonte, mas, sim, um buscador, um “grande índice”, uma vez que ouvia sempre a mesma resposta para a minha pergunta: “De onde você tirou essa informação?”. E a resposta vinha rápida: “Do Google, ué!”

A partir de nossas conversas, indiquei para os alunos alguns sites de referência, como: escola.britannica.com.br; alunosonline.com.br; tvcultura.com.br/aloescola; brasilescola.com. Enfatizei a importância do registro da fonte, ressaltando que anotassem o site ou o livro do qual tinham tirado a informação. Esse é um trabalho contínuo, que não se esgota com a finalização desse projeto e que ocorre ao longo de todo o Ensino Fundamental I da escola.

O projeto integrado significou uma quebra de barreiras entre os grupos e as grades de horário para que acontecessem os encontros. Isso demandou de nós – professores, auxiliares e coordenação – um planejamento coletivo contínuo e integrado entre as atividades. Para isso, foram necessárias reuniões presenciais de planejamento e o uso de ferramentas de compartilhamento de arquivos, como o Google Docs e Google Drive, para compartilhar o que havia sido realizado a cada semana e o planejamento dos próximos encontros. Assim nos mantivemos em contato e conseguimos coordenar os grupos que trabalhavam em diferentes espaços da escola.

O CELULAR COMO FERRAMENTA DE ENSINO

4 de novembro de 2012

O aparelho celular que muitas vezes é considerado o vilão em salas de aula, produzindo dispersão e situações inadequadas, vem sendo utilizado como ferramenta de ensino em diversos projetos educativos.

Um agregador de projetos de ensino digital com foco na mobilidade pode ser acessado em mlearningpedia.com.br, neste site você encontra uma série de iniciativas na incorporação de tecnologias móveis aplicadas ao ensino. Um destes projetos é o telinha na escola que a partir da captura de imagens com o uso do celular (vídeo e fotografia) feitas pelos alunos, propõe um processo de criação audiovisual incluindo produção de roteiros e finalização a partir de diferentes temas propostos pelos professores. Um uso também muito difundido em muitas escolas do mundo é a utilização dos recursos de GPS e localização geográfica para os estudos do meio. Muitos aplicativos vem sendo desenvolvidos com essa proposta agregando ao processo de localização, conteúdos desenvolvidos pelos professores, um exemplo é o 7scenes.

Uma enorme dimensão de possibilidades se abre para mudarmos os meios que atingem o principal objetivo educacional que são: despertar o interesse, o envolvimento e produzir conhecimento.

Vale a pena acessar:

http://super.abril.com.br/tecnologia/escola-movel-sala-aula-movel-625216.shtml
http://www.telinhanaescola.art.br/
http://mlearningpedia.com.br/
http://www.facebook.com/Mochila.Digital

A PRIVATIZAÇÃO DA MATEMÁTICA!

23 de outubro de 2012

Documentário que analisa a legalização da criação de patentes sobre algoritmos matemáticos com a justificativa de proteger o desenvolvimento de softwares. Esse contexto representa uma concessão à criação de monopólios do saber e a apropriação indevida de informações de domínio público e de caráter social.

Leia mais em:

Para Idec, patentear softwares restringe acesso ao desenvolvimento tecnológico e à informação

Referência:

BaixaCulturaTV

 

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Economia da informação: imaterialidade, geopolítica e energia

19 de junho de 2012

O crescimento do fluxo de dados é exponencial no mundo, fato que tem expandido por demais as conexões de banda larga (alta velocidade) em diversos países.

Information Access > http://informationaccess.wordpress.com/

Grande parte dos processos administrativos de grandes empresas e dos governos vem sendo digitalizados e, segundo o enganoso jargão desmaterializados (como se desaparecessem e não consumissem energia). No entanto a desmaterialização da informação não é real, ou melhor correta, já que a informação é medida em volume e ocupa espaço. Mais precisamente, espaço na forma de bytes. Estes apresentam o volume potencial que um espaço pode armazenar de informação. Normalmente este espaço pode existir em seu computador (bem material) e mais especificamente em seu disco rígido ou hard disk (HD).

Com o aumento da velocidade no transporte desses dados tornou-se mais vantajoso para as grandes empresas o armazenamento remoto dos mesmos. Esse sistema de armazenamento remoto da informação, também chamado de nuvem computacional permite ao usuário simples ou corporativo o fácil acesso aos seus arquivos privados, bem como o processamento de tarefas ou a utilização de softwares através da rede e não mais vinculados a sua própria máquina.

Grandes empresas da Internet como o Google ou o Yahoo “dispõem de centenas de milhares de servidores potentes e rápidos, distribuídos em vários centros de dados ao redor do mundo” (Le Monde Diplomatique, agosto de 2008, p.32).

A idéia é tornar os computadores pessoais, sejam aqueles de uso residencial ou corporativo em simples terminais de acesso, pois toda a informação estará guardada e poderá ser manipulada através da rede. Cada indivíduo será um usuário dos serviços prestados por estas empresas tanto no armazenamento, como na manipulação e distribuição dessa informação. Estes serviços ao menos em um nível básico serão gratuitos e a moeda corrente de valor-capital para as empresas prestadoras do serviço é, creiam, a fidelidade do usuário que é aquela que traz o chamado lifetime value (o chamado valor-informação agora transformado em fidelização).

A Internet, cada vez mais, baseia-se na influência que esses prestadores de serviço realizam, gerenciando ao mesmo tempo os dados, as identidades do indivíduos e suas necessidades. Assim como não se privam de oferecer esses perfis aos publicitários e outros atores da indústria do marketing que rapidamente buscam o desenvolvimento de bens materiais ajustados ao comportamento destes indivíduos em rede.

Esses centros de dados, além de oferecerem um enorme poder de cálculo e armazenamento às empresas e indivíduos, representam uma vantagem industrial de grande relevância, mas que no entanto, não acontece sem uma enorme pressão sobre os recursos naturais da geografia que ocupam materialmente.

“Na cidade de Dallas dois angares do tamanho de um estádio de futebol erguem-se ao lado de quatro torres de resfriamento no rio columbia. É a sede de um centro de dados da Google capaz de fornecer respostas em prazos curtos para milhares de acessos simultâneos” (Le Monde Diplomatique, agosto de 2008, p.33).

A infra-estrutura utilizada, imprescindível para a implantação desta usina de dados é parte da geografia local. O rio Colúmbia é responsável pelo resfriamento do processamento e as usinas de energia próximas vendem a mesma a baixos custos em grande escala. A indústria do imaterial consome muita água e eletricidade em quantidade tal que seus valores são classificados como segredo industrial igualando-se ao de uma fundição de alumínio.

No mundo da informação digital a geoestratégia entra em ação para a definição das melhores localizações da nova indústria. Diversas variáveis entram em ação na definição das melhores localidades para abrigar estes centros de dados, como a proximidade dos grandes centros usuários da Internet, fato que reduz a necessidade de calculo destes centros e portanto, do aquecimento das máquinas e do consumo de água e eletricidade, como também a presença destes recursos em abundância e a preços competitivos.

Além disso, a ordem é globalizar-se no sentido de escapar da influência de um governo específico. Fato que levou a Google a abrir uma concorrência entre vários países da Ásia para escolher e alojar um novo nó de sua rede de dados, além da construção de um navio-fábrica que escaparia de possíveis contratempos ambientais, globais e até mesmo jurídicos.

A utilização dos computadores pelas crianças em casa e na escola

11 de maio de 2012


Ao ler a entrevista de 2ª na Folha de São Paulo( 23/04), com Michael Rich, http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/38765-pais-precisam-se-envolver-com-a-vida-de-seus-filhos-na-internet.shtml  professor do Centro de Mídia e Saúde Infantil da Universidade de Harvard, achei que seria interessante retomar a ideia de um post que tinha pensado em escrever no começo do ano, sobre a utilização do computador na escola e em casa.

Na entrevista ao jornal, o professor aponta para a necessidade dos pais se envolverem na vida digital de seus filhos. Segundo Rich, embora os pais sintam-se muitas vezes desconfortáveis por não terem o mesmo conhecimento que seus filhos sobre a tecnologia digital, estes devem acompanhar seus filhos e aprender com eles para que possam ser “aprendizes da parte técnica e professores da parte humana”.

Segundo pesquisa:  “TIC Crianças 2010” http://www.cetic.br/usuarios/criancas/2010/apresentacao-tic-criancas-2010.pdf) realizada entre setembro e dezembro de 2010, pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação, 51% das crianças entre 5 e 9 anos diz já ter utilizado o computador, segundo a criança; e 43% segundo pais ou responsáveis. A diferença entre as porcentagens vai ao encontro da afirmativa do professor Rich.

Ao ler esta entrevista fiquei pensando no papel do professor e no meu caso, no meu papel como coordenadora do Laboratório de Informática, na vida digital dos meus alunos. Ainda segundo a pesquisa do Cetic.Br; 37% das crianças de 5 a 9 anos que usam o computador, diz ter adquirido suas habilidades com os professores, na escola.

Nesse sentido, o uso dos computadores pelas crianças na escola é muito importante de ser acompanhado e debatido, uma vez que é nesse ambiente que adquirem suas habilidades e que tem um acesso às plataformas digitais junto com seus professores.

Na unidade Girassol trabalho com crianças de 5 a 10 anos. No início de ano conversei com os alunos do 1º ao 5º ano sobre o que fazem no computador em casa. Comecei a conversa perguntando: “O que vocês mais gostavam de fazer no computador quando estão em casa?” Segui com outras perguntas: “Você mexe sozinho no computador ou acompanhado de seus pais ou outro adulto?”, O computador é de uso da família ou você tem um só seu?”

A grande maioria usa o computador e que o que mais gostam é jogar na Internet, também ouvem música, assistem vídeos, trocam e-mails e escrevem. A minha pesquisa informal confirma os índices da pesquisa do CeticBr, 90% do total de usuários de Internet de 5 a 9 anos joga.

Muitos alunos disseram usar o computador sozinhos, sem a supervisão dos pais. Muitos deles tem seu próprio computador no quarto, mas a grande maioria utiliza o computador da família ou dos pais.

A partir dessa conversa com as crianças contei para eles as regras do Laboratório de Informática. Contei que no Laboratório a gente também entra na Internet, joga, faz pesquisa, vê vídeos, etc. Porém esse acesso é balizado pelo trabalho em sala de aula. E que mesmo quando jogamos estamos trabalhando alguns conteúdos.

No inicio, alguns professores sentiam receio de deixar as crianças entrarem livremente na Internet para fazer pesquisas no Google, por exemplo. O que sempre afirmei é que eles estão supervisionados, e que a Internet é um ótimo recurso para pesquisa, e que temos que ensinar as crianças a utilizá-la de maneira segura e eficiente. Além disso, não é possível entrar em qualquer jogo, site ou vídeo.

Um bom tema para discutirmos; quais são as melhores maneiras de acompanharmos o uso das plataformas e ferramentas digitais pelas crianças e adolescentes. O que vocês acham?

 Carol Gil

Publicação de áudio na rede

20 de abril de 2012

Bom dedico este post ao tema publicação e difusão de áudio na internet. Claro que é um tema bastante vasto e apresenta um universo muito variado de possibilidades e de especificidades. A música possivelmente seja o tema mais discutido, polemizado e de uma forma ou de outra o mais utilizado pela população de internautas no planeta. O tema que pretendo focar vai de encontro a uma questão colocada pelo Professor de música Floriano a respeito da publicação e disponibilização de arquivos de aúdio e gravações na internet de um modo que se tornasse acessível para o desenvolvimento de um projeto ou de um trabalho coletivo junto aos alunos.

Hoje existem muitos serviços de publicação de aúdio na internet. No entanto, a maior parte deles funciona como uma rádio customizável, ou seja, através de um menu de opções, tags, categorias e busca direta; o usuário seleciona, cria seu playlist e através dos hiperlinks vai conhecendo diferentes artistas, estilos ou linguagens musicais (nessa categoria vale a pena conhecer o site Grooveshark). Porém existem dois tipos de serviços que permitem ao usuário o upload de suas composições ou mixagens e a sua publicação em uma página com perfil individualizado e ainda com a possibilidade de gerar embed ou códigos que confeccionam players que podem ser replicados em qualquer site ou blog na internet.

São eles o Soundcloud e o portal Reverbnation. Comecemos pelo Soundcloud que pela sua simplicidade e grande integração às redes socias possibilita ao leigo a publicação de seus arquivos compondo um painel de possibilidades. Nele os músicos podem colaborar, compartilhar, promover e distribuir suas composições. Originalmente o objetivo do site era permitir que profissionais da música trocassem idéias sobre as composições nas quais estavam trabalhando, permitindo uma fácil colaboração e comunicação antes de um lançamento público. Atualmente o site é utilizados por interessados em música em geral e serve também como plataforma de lançamento de diferentes artistas e grupos independentes.

Para utilizar o soundcloud basta fazer um cadastro ou facilmente “logar-se” usando seu login do facebook. O serviço encontra-se integrado a diversas redes sociais facilitando a difusão destas produções na rede. O serviço é gratuito, mas limitado a um certo número e tamanho de arquivos por mês. Aqueles que pretendem usar o soundcloud profissionalmente com um número grande de arquivos podem fazê-lo através de uma assinatura anual. Um dos serviços interessantes do soundcloud é a oferta de uma série de aplicativos de gravação, tratamento e masterização de aúdio, facilitando de uma maneira bem econômica, a custo zero o trabalho do produtor.

Já o Reverbnation representa um portal e uma certa evolução sobre aquele que nos últimos 5 anos foi o serviço de difusão de músicos e bandas mais famoso da internet o myspace music que acabou por perder mercado e adesões dada a sua estrutura fechada e restrtiva com relação a outros serviços web.

O reverbnation foca-se na música permitindo ao usuário montar uma pagina web personalizada com todos acontecimentos que cercam o músico, produtor ou artista permitindo a compilação de vídeos, montagem de uma playlist de áudio, fotos, releases entre outras informações. É um tipo de serviço mais dirigido para grupos e artistas que pretendem ingressar no mercado musical, funcionando como um portfolio de suas produções. No entanto, nada impede do usuário criar um portal dedicado às suas necessidades, integrando arquivos de multimídia e oferecendo a diferentes tipos de público seus projetos que envolvem estes tipos de conteúdo.

É isso então, qualquer dúvida estou a disposição, comente neste post ou mande um mail para amadeu.zoe@gmail.com. Até a próxima!